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| Meu novo jeito de caminhar... |
Nunca pensei que apenas 5 segundos poderia mudar uma vida
tão rapidamente, como vi a minha mudar nos últimos dias por conta do acidente.
Contei e recontei o que diz no dia 8 de dezembro de 2012 tantas vezes que perdi
a conta...
Sim... foi um acidente! Uma fatalidade! Apesar dos danos
materiais, do meu carro ter atingido um ônibus e outro carro, ter apenas um pé
quebrado não é nada, mesmo que este pé esteja com dez fraturas... rs
Não sei descrever o que é mais torturante: a cena da luz do
ônibus e som da buzina enquanto eu batia na sua lateral ou ficar preso no
carro, consciente, mas preso, gritando por socorro e ninguém te ouvir. Quanta
coisa se passou na minha cabeça naquele momento... Achei que iria morrer!
Recordo-me que neste momento me vinha somente uma oração na
mente: “Senhor, eu sinto muito, por favor me perdoe, muito obrigado, eu te
amo!”. Durante todo o trajeto da viagem eu fui escutando canções religiosas, eu
gosto e creio que me ajuda a estar em sintonia com Deus sempre. Muitas
provações vieram no trecho e graças ao cara lá de cima estou aqui hoje!
O mais complicado de uma recuperação como essa não é nem se
adaptar às muletas, mas sim aceitar a dependência temporária de outras pessoas.
O repouso absoluto me tirou o chão. Eu que sempre fui muito agitado, cheio de
compromissos e eventos (rs), agora dependo de ajuda até para tomar banho! Isso foi
difícil aceitar... mas tudo na vida tem um aprendizado.
Passar a exercitar a paciência não foi e não está sendo
fácil. Lidar com o sentimento de indiferença por parte de alguns também
machucou bastante, pois nem um “alô” de algumas pessoas que prezo e admiro eu
recebi. Por outro lado, me fez tão saber que tenho muitas pessoas ao meu redor
que me amam e cuidam de mim com tanto carinho e zelo. Não me deixaram desanimar
e tentam estar presentes sempre que possível.
Deus me deu uma nova chance, não vou desperdiçar. É o
momento de recomeçar, tentar corrigir alguns erros e mudar o ritmo da
caminhada. Aprender, reaprender e conviver melhor. Afinal, não se sabe o dia de
amanhã...
